A Schunk do Brasil exemplifica como a gestão eficaz de dados impulsionou seu crescimento exponencial nos últimos anos, em um contexto em que a Indústria 4.0 redefine processos e comunicações através de insights baseados em dados, mais do que apenas automação pura.
Ao assumir a direção da operação brasileira em 2015, Mairon Anthero encontrou desafios significativos de gestão e comunicação interna na Schunk. A falta de um sistema integrado de gestão empresarial (ERP) dificultava o acesso a metas de vendas diárias e o acompanhamento de follow-ups essenciais. A implementação do ERP não apenas resolveu essas questões, mas também proporcionou uma plataforma unificada para otimizar processos em toda a organização.
A Schunk não se limitou à simples adoção de tecnologia; houve uma mudança cultural crucial. Anthero enfatiza que muitas empresas possuem ERPs, porém nem todas extraem seu potencial máximo. “É como ter uma máquina na planta e usar apenas uma fração de sua capacidade produtiva”, compara.
A integração de sistemas e a análise de dados não só melhoraram a eficiência operacional da Schunk, mas também abriram caminho para explorar novas oportunidades no mercado brasileiro, especialmente no setor de automação industrial, que agora representa a maior parte de seu faturamento.
Além do ERP, parcerias estratégicas, como a com a MBM Solutions, permitiram à Schunk explorar o potencial da inteligência artificial. Um projeto notável foi o desenvolvimento de um robô para cotações automatizadas em tempo real, liberando vendedores para tarefas mais estratégicas enquanto melhorava a eficiência do processo de vendas.
Anthero ressalta que, na Indústria 4.0, o papel humano continua essencial. Os robôs facilitam tarefas, mas são os humanos que trazem intuição, relacionamento e adaptação, aspectos cruciais em um ambiente industrial cada vez mais digitalizado.
Para a Schunk, e para a indústria brasileira como um todo, a transição para a Indústria 4.0 não é apenas sobre tecnologia, mas sobre adotar uma mentalidade de valor sobre preço. Enquanto muitos países já valorizam os retornos que investimentos em tecnologia podem trazer aos processos industriais, no Brasil, ainda há um foco significativo no custo inicial.
A visão da Schunk destaca a importância da otimização contínua e da distribuição eficiente de informações em todos os níveis da operação. “Nossa meta é garantir que, onde quer que estejamos, tenhamos acesso transparente e imediato aos dados necessários”, conclui Anthero.
Esses esforços não apenas impulsionaram o crescimento da Schunk, mas também são um lembrete do potencial transformador dos dados na evolução da Indústria 4.0, promovendo eficiência, inovação e competitividade no mercado global.